terça-feira, 31 de maio de 2011

Mães jovens enfrentam desafios para entrar no mercado de trabalho


Mães jovens enfrentam desafios para entrar no


 mercado de trabalho

Foto: Carlos Bassan/MetroZoomBruna Ducret, 21 anos, conseguiu  ingressar na faculdade graças ao apoio da família
Bruna Ducret, 21 anos, conseguiu ingressar na faculdade graças ao apoio da família


Um estudo realizado pela professora Rosalina Ogido, doutora pela Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo), apontou os desafios enfrentados por mães adolescentes na hora de conseguir um emprego.
Entre as principais queixas delas estão a falta de vagas nas creches, a falta de experiência profissional e os baixos ganhos salariais.  “As exigências do mercado de trabalho não contemplam as necessidades dessas mães com filhos pequenos, para que elas possam trabalhar”, afirma a pesquisadora.

As entrevistadas tinham entre 15 e 18 anos. E a maioria interrompeu os estudos por causa da gravidez. “Todas mantinham o desejo de ingressar na faculdade, mas tinham dificuldade de conciliar com a nova rotina”, argumenta Rosalina. Os custos gerados pela ausência dessa mãe em casa, por exemplo, são outro “motivo de frustração”. Afinal, como não conseguem cobrir esse valor, elas acabam ficando em casa para cuidar dos filhos.

A pesquisadora afirmou que a gravidez precoce “exige adaptações dessas jovens para prosseguir as trajetórias de estudo e trabalho, geralmente, requerendo um tempo maior e mais esforço para que eles se concretizem. Mas isso não impede que elas alcancem esses objetivos”.

O apoio familiar tem papel importante nessa fase. E foi graças a ele que Bruna Ducret, 21 anos, conseguiu  ingressar na faculdade. Grávida aos 16 anos, a jovem diz que a primeira reação foi “o susto”, mas que hoje encara a maternidade como algo “normal e muito tranquilo”. Na época, ela deixou de estudar por um ano para se adaptar à nova vida.

“Eu me dediquei inteiramente a minha filha, até que ela pudesse ir para a escola”, conta. Os pais não deixaram que Bruna estacionasse. E a incentivaram a terminar os estudos. Hoje, ela tenta uma vaga de emprego na área e não teme dificuldades. “É uma questão de empenho e organização. Não sei se o fato de ter uma filha vai complicar alguma coisa. Mas não vou desistir da minha independência financeira”.

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