quinta-feira, 3 de março de 2011

Drogas emagrecedoras são as vilãs?

Drogas emagrecedoras são as vilãs?

Segundo a Anvisa, no longo prazo, essas drogas apresentam mais riscos que benefícios à saúde. Por Layse Ventura

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) quer proibir as drogas emagrecedoras. A justificativa é baseada em estudos estrangeiros, em proibições de outros países e em um parecer da Câmara Técnica de Medicamentos (Cateme). Para sanar a questão, a Anvisa vai realizar uma audiência pública na próxima semana para discutir o cancelamento do registro de medicamentos que contêm sibutramina ou os chamados anorexígenos anfetamínicos (anfepramona, femproporex e mazindol).
De um lado, o parecer do Cateme, tomado como base, condena somente a sibutramina, mas pede o cancelamento do registro dos anorexígenos por conta “do risco de um aumento de consumo destes medicamentos a partir da retirada dos medicamentos à base de sibutramina do mercado e dos altos riscos à saúde que a sua utilização pode acarretar, com um perfil baixo de eficácia a longo prazo no tratamento da obesidade.”
Segundo a Anvisa, o motivo é que no longo prazo essas drogas apresentam mais custos à saúde do que benefícios. Mas a proibição afeta diretamente o livre arbítrio das pessoas, de optarem sobre os procedimentos clínicos que desejam para si – mesmo que esses apresentem determinados riscos.
Afinal, apesar de representarem uma minoria dos pacientes (10 a 20%), existem pessoas que só conseguem emagrecer com o uso de sibutramina. Justamente, por conta desse baixo número, a Anvisa questiona a eficácia e segurança dessas drogas no controle da obesidade.

Sobre o aumento de cirurgias

Por outro lado, alguns especialistas temem que a proibição de drogas anorexígenas aumente o número de cirurgias de redução de estômago. Atualmente, a cirurgia bariátrica é indicada somente para pessoas que tenham o Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 40 – ou acima de 35 com doenças associadas como diabetes ou hipertensão.
Com a retirada quase certa desses remédios do mercado, restam poucas alternativas para o tratamento da obesidade. A expectativa é de que em 2011 sejam feitas 70 mil reduções de estômago no país, mas a restrição da Anvisa pode aumentar esse número.

Sobre a obesidade

A questão mais polêmica provavelmente fica por conta da obesidade em si. Em 2010 a doença se tornou a sétima maior causa de mortalidade no mundo. Estudos reforçam que alguns tipos de doenças atacam com mais gravidade os obesos. É o caso da diabete mellitus, em que os obesos apresentam até 80% dos casos.
A elevação no Índice de Massa Corpórea (IMC) pode aumentar os riscos de morte, segundo uma pesquisa publicada na revista norte-americana New England. Um aumento de cinco pontos no IMC pode aumentar em 31% os riscos de morte súbita. Em pacientes com um índice entre 40 e 49,9 o risco aumenta para 251%.
“Hoje já se sabe que obesidade é uma doença. Ninguém é gordo porque quer. Comer compulsivamente, com fome exagerada ou alimentos não apropriados é apenas alguns dos sintomas”, afirma Luciano Teixeira em entrevista ao site Diário de Pernambuco.
Caro leitor,
Qual a sua opinião sobre a proibição de tais medicamentos, que são geralmente receitados por médicos?
O governo tem direito de regulamentar o livre arbítrio dos cidadãos? Em que circunstâncias?
Você acredita que uma pessoa considerada obesa tem o direito de escolher os riscos que quer correr para conseguir emagrecer

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