CULTURA
Cura para a ressaca: drama, espionagem e muita ação no Odeon
Passado o auge da folia, a Maratona está de volta, com a pré-estreia de três filmes bem cotados. Por Solange Noronha
O carnaval acabou. Já a folia, nem tanto, pois ainda vem aí o desfile das escolas campeãs. Mas nesta próxima sexta-feira, dia 11, a partir das 23h, a Cinelândia, no Centro do Rio, é novamente o que sugere o seu nome: a terra do cinema. Os fãs de carteirinha da Maratona Odeon podem se preparar, porque a farra promete. Além da tradicional participação do DJ Jorge lz e do bolo com café para animar a volta pra casa na manhã de sábado, foram programadas as pré-estreias de três longas-metragens para gostos os mais variados.
O primeiro título é “Jogo de poder” (“Fair game”), estrelado por Naomi Watts e Sean Penn e baseado na história real de Valerie Plame, agente da CIA que teve sua identidade revelada na imprensa durante o governo Bush, em represália a um artigo escrito por seu marido, o diplomata aposentado Joe Wilson, denunciando a farsa da existência de armas de destruição em massa no Iraque. Doug Liman — diretor de “Jumper”, “Sr. e Sra. Smith” e “A identidade Bourne”, entre outros — dá a Watts e Penn boas chances de brilhar, especialmente quando o filme esquenta.
Na primeira metade da história, Valerie cruza o mundo, em diferentes missões típicas de quem trabalha com espionagem, mas, em casa, mantém uma vida rotineira com o marido, os filhos e os amigos. Quando jogam suas atividades no ventilador, tudo vira de pernas pro ar. No ótimo time de coadjuvantes desta coprodução dos Estados Unidos com os Emirados Árabes, que recebeu o Prêmio Liberdade de Expressão deste ano, um dos destaques é Norbert Leo Butz, como Steve Norbert, chefe de gabinete do vice-presidente Dick Chenney.
Luta pela sobrevivência
O segundo filme da Maratona, “Caminho da liberdade” (“The way back”, baseado em livro homônimo), tem como tema central a tenacidade de um grupo de prisioneiros que foge de um campo de trabalhos forçados na Sibéria. A ação começa em 1939, depois do Grande Expurgo de Stálin e da invasão da Polônia por Hitler, e a direção é de Peter Weir, responsável por títulos como “Mestre dos mares”, “Sociedade dos poetas mortos” e “A testemunha”.
O romeno Dragos Bucur, na pele do polonês Zoran, lidera o heterogêneo grupo, em que se encontram homens de diferentes nacionalidades e classes, do bandido comum russo Valka (Colin Farrell) ao soturno e sofisticado norte-americano que se apresenta como Mr. Smith (Ed Harris). Uma mulher também junta-se a eles na difícil luta pela sobrevivência ao longo das muitas milhas e dos incontáveis obstáculos que são necessários vencer para escapar do comunismo e do nazismo.
Ação em ritmo acelerado
Que ninguém esmoreça depois de atravessar montanhas geladas e desertos e de enfrentar tempestades de areia, fome e sede com os personagens descritos acima. Não é só o DJ Jorge lz que não vai deixar, mas também o novo filme de Simon West, “Assassino a preço fixo” (“The mechanic”), uma história enxutinha que só não economiza no ritmo das cenas de ação. Para se ter uma noção do que será visto na tela, é só lembrar alguns outros trabalhos do diretor, como “Lara Croft: Tomb raider”, “Con air — A rota da fuga” e “A filha do general”.
Jason Statham é o eficiente (e mecânico) assassino do título. Sempre com a cabeça quase completamente raspada, o ator inglês está à frente do elenco, que inclui o jovem (e também um tanto carequinha) Ben Foster — muito eficiente quando se trata de viver personagens desajustados — e o veterano Donald Sutherland — presença sempre marcante, com sua figura imponente e invejável cabeleira, do alto dos seus 75 anos. O profissional Arthur Bishop (Jason) e seu rebelde discípulo Steve McKenna (Ben) garantem uma forte dose de tiros e explosões, que não deixará o público sequer sonhar com um cochilo nas poltronas do Odeon.
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