Comboio líbio no Níger é sinal de acordo com Gaddafi, dizem rebeldes
Por Redação, com agências internacionais - de Trípoli

Rebeldes líbios montam guarda nos portões de Sirte, no cerco que visa capturar o ex-ditador MuammarGaddafi, mas há sinais de que ele já não se encontra mais naquela cidade
Centenas de veículos do Exército líbio atravessaram a desértica fronteira para o Níger no que pode ter sido uma tentativa dramática e secretamente negociada de Muammar Gaddafipara buscar refúgio no país aliado, informaram fontes militares na França e no Egito à agência inglesa de notícias Reuters nesta terça-feira.
Os rebeldes líbios que derrubaram Gaddafi dois dias atrás disseram acreditar que uma dezena de veículos que atravessou a remota fronteira estava transportando ouro e dinheiro, aparentemente saqueados de uma filial do banco central da Líbia na cidade natal de Gaddafi, Sirte.
Fontes militares afirmaram que o comboio de 200 a 250 veículos foi acompanhado até a cidade de Agadez, no norte do país, pelo Exército do Níger, uma ex-colônia francesa cercada por terra. Pode ser que o comboio encontre Gaddafi no caminho para a vizinha Burkina Faso, que ofereceu asilo ao ex-líder líbio, disseram fontes militares francesas.
A França, o Níger e Burkina Faso, além dos novos governantes da Líbia e a Otan, todos negaram saber onde estava Gaddafi ou se houve algum acordo para que ele fugisse do país ou buscasse proteção contra os líbios e o Tribunal Penal Internacional, que quer levá-lo a julgamento.
França atua de forma
efetiva na tentativa
de captura do líder
Muammar Gaddafi
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de captura do líder
Muammar Gaddafi
O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da França, Bernard Valero, disse que os líbios deveriam decidir que medidas seriam tomadas, mas que Gaddafi não deveria ter permissão para fugir silenciosamente.
– Ele terá de enfrentar a justiça por todos os crimes que cometeu nos últimos 42 anos – afirmou.
O ministro de Relações Exteriores do Níger, Bazoum Mohamed, disse, segundo a emissora de TV Al Arabiya, que Gaddafi não estava no comboio que chegou na noite de segunda-feira ao país. Um assistente do presidente francês, Nicolas Sarkozy, afirmou:
– Não temos informações específicas que indiquem que Gaddafi está lá – acrescentou.
Na tarde passada, o porta-voz de Gaddafi, Moussa Ibrahim, havia afirmado que o ex-ditador estava “em algum lugar de sua terra em bom estado de saúde e com bom ânimo”. Em entrevista por telefone à rede de televisão síria Al Rai, Ibrahim disse ainda que Gaddafi não poderia ser encontrado.
Rumores apontam que Gaddafi estaria escondido junto de Saif Al Islam e um pequeno grupo de seguidores na cidade de Bani Walid. Outros acreditavam que ele poderia estar na cidade de Sebha, mais ao sul de Bani Walid e próxima da fronteira com Níger.
No último dia 29 de agosto, o governo argelino autorizou a entrada ao país da mulher de Gaddafi, Sofia, e de seus filhos Aníbal, Mohammed e Aisha. A decisão das autoridades de Argel não foi bem recebida pelo Conselho Nacional de Transição líbio (CNT), que ao longo do conflito acusou várias vezes a Argélia de apoiar as forças de Gaddafi.
Já na última quinta-feira, meios de comunicação argelinos informaram que a Argélia havia rejeitado a entrada de Gaddafi em seu território e que vários altos dirigentes argelinos, incluindo o presidente Abdelaziz Bouteflika, tinham se negado a responder aos pedidos de Gaddafi.
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